Não é de hoje que a França é conhecida por suas "revoluções". Revolução Francesa foi o símbolo da liberdade, igualdade e fraternidade. Liberdade do homem, de poder pensar e agir conforme sua vontade. Igualdade para lembrá-lo que somos todos únicos e filhos de uma mesma origem. Fraternidade para sermos solidários com esses outros homens dos quais convivemos em sociedade e que precisam uns dos outros.
No entanto no decorrer dos séculos parece que os franceses se esqueceram desses ideais. No último noticiário aparece uma greve violenta e de efeito catastrófico sobre toda França. Onde está a liberdade do homem em propor mudanças como uma lei que irá beneficiar uma população de faixa etária alta, onde se sabe que uma previdência não suportaria se não houvesse colaboração de todos em trabalhar alguns anos a mais? Onde está a igualdade quando a greve imposta há vários dias prejudicam vários trabalhadores e pessoas que necessitam de combustível, transporte e serviços básicos? Onde está a solidariedade sabendo que se essa lei não for posta em prática os futuros trabalhadores não terão uma aposentadoria digna que não pode ser sustentada somente pelo erário do Estado?
Ora o presidente Nicolas Sarkozy sabe que a reforma do sistema previdenciário é importante para assegurar a continuidade nem tão tranquila da aposentadoria dos trabalhadores franceses. E por isso passa por protestos violentos de sindicatos que politicamente tentam enfraquecê-lo para não obter bons resultados no seu próximo pleito. O mesmo aconteceu com o presidente Obama ao tentar reformas semelhantes nos EUA, que provocariam mudanças fundamentais no modo de vida de vários cidadãos.
Mas na França, berço de uma cultura filosófica e política tão rica, as mudanças deveriam já fazer parte de sua História, com objetivo de debater e dialogar novas propostas que signifiquem melhoria de vida para toda a sociedade. Novamente parece que os ideais da revolução formam hoje apenas um eco, um último brado de um apelo à mudança da França e do mundo.
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