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domingo, 24 de outubro de 2010

Em defesa das Universidades

Infelizmente essa campanha eleitoral, no que tange à educação, só ambiciona criação de novos cursos técnicos, que os candidatos dizem ser o melhor para o desenvolvimento educacional no país. Os dois postulantes à vaga de presidente não tem outro programa ou idéia para resolver a calamidade que a educação no Brasil se tornou.
As universidades foram criadas mais ou menos no século XII na Europa, em uma época de Renascimento do conhecimento intelectual. Desde então o papel das universidade foi de elevar à categoria de debate as idéais concebidas ali, pois se tratavam de locais embrionários de novas luzes, novos saberes. Uma universidade é, portanto, um centro filosófico de idéias, onde as mesmas passam por apurados debates e discussões até se desenvolverem novos métodos. A teoria e  a prática fazem parte da universidade.
O Brasil foi um dos últimos países da América a aderir a criação de universidades, e desde então esses privilegiados locais de inteligência foram paulatinamente jogados à deriva, sem um rumo e um projeto definidos. Com o advento do mercado de trabalho capitalista, a formação nas universidades transformou-se em um aspecto mais técnico, de formação de mão de obra qualificada, algo que não condiz com o preceito de faculdade.
Com isso, foram criados os cursos técnicos, como forma mais rápida de criar homens capazes de expor seu depósito de memória em frentes de trabalho. O curso técnico é a maneira eficaz de suprir o mercado de trabalho capitalista voraz por braços e pernas sustentando o crescimento econômico. Na verdade, o curso técnico em alguns casos é uma partícula dos cursos universitários que formam na teoria e na prática, ou seja, como se demora no mínimo 4 anos pra se deter um título em uma universidade, esses cursos surgem para minimizar o tempo e ensinar somente os métodos práticos, sem o embasamento filosófico que cada cátedra contém.
Mas esses cursos não podem figurar como formas capazes de sustentar a educação no país. Temos uma deficiência enorme no ensino básico e no médio, pois professores mal preparados saem das universidades sucateadas e transferem parco ou péssimo conhecimento para alunos inaptos de ingressar em uma faculdade, idem em um curso técnico. Sim, pois para ingressar em um curso técnico, necessitamos ter excelentes compreensões de aritmética, língua portuguesa, conhecimentos gerais, língua inglesa. Existem muitos cursos que exigem nas suas normas técnicas de aprendizados o saber da lingua inglesa e aritmética, por exemplo, informática.
Acredito que as universidades podem sim dar a sustentação necessária para o futuro de cada nação, independente da área. Em educação, somente com bons professores graduados e possivelmente pós graduados poderemos ter níveis de excelência nas escolas de ensino básico e médio, formando cidadãos capazes de refletir e posicionar-se desde cedo sobre as questões que se apresentam passíveis de resoluções. Funciona como uma cadeia dependente, onde se dá condições e se investe aprimorando as universidades do país, gerando riqueza de conhecimento para ser reflexionado dentro dessas instituições e posteriormente, quando formado, gerar riqueza de conhecimento e prática dentro do mercado de trabalho, fornecendo efeitos influentes que desencaderão novamente nas faculdades e universidades, revolucionando-as, em uma ordem progressiva contínua.
O que devemos observar é se queremos o futuro do país em robôs preparados tecnicamente para atender o consumismo exacerbado de meia dúzia de detentores da riqueza e do poder ou se queremos centros e instuições capazes de criar conhecimento útil para novas idéias vindouras e frutificadoras de novos projetos para a sociedade. 

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