O título desta postagem é ambíguo. E de propósito. Pois o homem já viajou diversas vezes à Lua. Não, não estou louco nem sonhando. Não significa que para irmos à nossa vizinha precisamos de um foguete. Galileu Galilei foi às estrelas usando um telescópio. Podemos ir nas palavras, nos sonhos, na imaginação. Julio Verne foi o mais famoso "astronauta" da Lua. E infelizmente poucos lembram do seu feito heróico. Outros astrônomos também viajaram à Lua, pois a observaram, a trouxeram perto de nós, para nossa realidade.
Mas isso é apenas enredo, apenas introdução. Pergunto qual a vantagem de três homens terem ido a Lua. Sim pois foram uma vez ou duas, e depois nunca mais. Taxaram-na como uma pedra cheia de pedras e sem vida. Ora isso já sabiam muito antes de pensarem em uma viagem para fora do planeta. Telescópios potentes foram criados desde o início do século XX. Sabíamos já que o Sol é uma bola fogo, que Marte é um planeta vermelho sem sinais de vida e que Vênus é um planeta brilhoso, mas quente. Então para que ir à Lua?
Ora vivíamos em plena Guerra Fria. A URSS lançava um homem, Yuri Gagárin para órbita da Terra pela primeira vez. Estavam adiantados aos EUA. Este por sua vez precisava vencer uma corrida, uma corrida tecnológica e de poder. Sim porque quem chegasse primeiro seria o vencedor e poderia dominar o outro, pelo menos nesse aspecto. Então no início dos anos sessenta Kennedy decidiu lançar o homem para o espaço. Um projeto que ele imaginou e não viu, mas que custaria muito aos cofres americanos. E para depois não encontrarem nada, nem trazer nada de siginificativo cientificamente da Lua.
Mas claro! Lembremos das Grandes Navegações onde Portugal e Espanha brigavam pela posse do mar e das terras descobertas além deste. Não se importavam muito com o objetivo, mas sim com o objeto: vencer a corrida e como prêmio trazer a maior quantidade de ouro e prata e autóctones mortos nas embarcações. A Lua não possuía ouro, mas possuía a possibilidade de dar poder a quem a ela chegasse. Não tinha autóctones ou gente morando lá, mas tinhas pedras, que foram descartadas e desdenhadas, como os habitantes das Américas. Sim fomos e voltamos apenas com a certeza de que um país venceu, venceu no seu egoísmo , para si mesmo, para alimentar seu próprio ego. Outros nem de perto participaram e continuaram com seus problemas, suas crises. E o dinheiro que foi gasto nas missões e nas tentativas anteriores bem podia ser canalizado para ajuda internacional da fome, das doenças, do desemprego.
Então se não há nada na Lua para que comemorar? Festa infrutífera, pois houve uma oportunidade não aproveitada e hoje se perguntam ainda sobre os mistérios que não resolvem há quarenta anos. Precisam de outra viagem para se gastar mais em um momento de crise pra então saberem: existe vida? Existe formas de vida? Existem mais enigmas? Existe Deus? Outras missões desbravam o espaço como os primeiros descobridores e conquistadores da Era Moderna. Mas para descobrir talvez pedras, gases nocivos, e fenômenos cósmicos que nunca saberemos explicar. Ora não é questão de abortar a idéia de se descobrir o espaço, mas sim de por um objetivo final nessa idéia científica que em poderia ser melhorada. Os russos não iriam mesmo a Lua, bastavam orbitar em torno desta ou apenas um robô para descobrirem o que poderia haver lá. Foram mais sábios, mas também perderam o poder.
A Lua está lá brilhando nas nossas noites. Sempre bonita e formosa. Não considero esta nossa irmã como um monte de pedra. Apenas é um objeto no espaço com seu valor, sua função, seu mérito, e seus enigmas, como a própria Terra. Mas para querer um objeto temos de posicionar um objetivo, algo que falta aos nossos cientistas. O que fazer na Lua? Essa é a grande questão. Talvez nem vivamos para ver a descoberta dos seus segredos, mas saberemos que um dia o homem foi lá e de lá nada trouxe, apenas a imagem mal formulada de um lugar desértico e sem vida. A Lua ficou esquecida, mas tem sua beleza justamente em seus mistérios e enigmas, como o espaço sideral. Mas ela talvez não se importe muito porque está sempre de olho pra nós, nos iluminando cada noite, lua após lua...
A História de cada dia é construida de ações humanas do meio em que se vive. Consequentemente é natural comentar e discutir acerca daquilo que produzimos, ou seja, História. Porque antes de tudo a História é ação, e da ação à observação, e da observação ao pensamento, e do pensamento à discussão. Somos homens que raciocinamos e temos por obrigação entender nosso tempo e nosso espaço. O objeto da História somos nós, seres humanos. Nada mais.
domingo, 19 de julho de 2009
Onde está o mérito do conhecimento adquirido?
Estudamos para adquirir conhecimento. É um fato. Esse conhecimento será tranformado em intelecto e direcionado para o crescimento próprio e da coletividade ao redor, em forma de trabalho. Mas e quando esse estudo, esse conhecimento não é respeitado, não é avaliado da melhor forma?
É o caso do concurso público. Esse instrumento de exclusão da maioria que tenta o sonho de um emprego estável e rentável (de um certo ponto de vista). Até alguns anos atrás não existia uma "prova" para avaliar se você estudou ou sabia alguma coisa sobre o trabalho que irá fazer. Era como em uma loja comercial, você se inscrevia, entregava seu curriculum vitae e dependendo da observação e análise de seu mérito você era convocado. É claro que isso era regra geral, tendo em vista as particularidades, como a política para acesso ao emprego e a necessidade corrente, ou a demanda excessiva que uma instituição poderia estar passando. Mas antes de mais nada, naquele tempo quem tinha estudado, quem tinha conseguido entrar em uma faculdade e às vezes um curso de pós graduação, era bem visto aos olhos do empregador.
Hoje precisamos pagar pra conseguir um emprego. São as taxas de inscrições do concurso. Posteriormente precisamos comprar um livro ou pagar um cursinho pré-concurso para melhorar nossas chances (veja que mais uma vez gastamos sem estarmos empregados). E depois recebemos a notícia que a prova será em um local de difícil acesso, onde teremos de usar dois ou mais onibus para chegar. Tudo isso para supostamente entrarmos no caminho da felicidade. Onde encontraremos pessoas pregadas em seus cargos há mais de vinte anos, verdadeiros dinossauros que serão os nossos patrões muitas vezes. Enfrentarmos o mau humor diário de uma repartição pública. Vermos as mais escabrosas malandragens, pequenas sim, mas malandragens do sistema público do Brasil, exercida por seus tão valorosos empregados que foram aprovados com louvor em um concurso e imaginado como gente de muita ética. E aquele salário que antes parecia tão tentador hoje, 5 anos ou mais depois, já não paga as tão merecidas férias da família.
Será que estudamos, que buscamos conhecimento para sermos avaliados em uma prova? Excluem-nos porque somos muitos e não podemos ter chances de trabalho? Sim essa é a dinâmica do concurso público no Brasil, onde vale tudo para excluir a "massa". Onde está o mérito de você possuir um currículo enriquecido? Sim enriquecido de conhecimento, muitas vezes pertinentes a área em que você pretende trabalhar, em que você tem aptidão e um objetivo fixo. Nem sempre entra em um instituição aquele que é o mais intelectual ou o mais apto no conhecimento, e sim aquele que decorou todas as exigências do conteúdo programático ou que usou a mãe para acertar uma das múltiplas alternativas da pergunta. Vemos muito servidores que entram lá e nem sabem redigir um ofício, uma ata. Será que o governo pensa bem em quem está colocando como seu empregado, em quem deveria ajudar o sistema, em quem deveria progredir o país?
O concurso público está aí e todas as vezes que um edital é aberto milhares de pessoas tentam a tão sonhada vaga e sorte em uma insituição brasileira. Mas o inchaço da máquina pública é iminente e mesmo o concurso um dia será uma forma atrasada de avaliação das "pseudo" capacidades do indivíduo. Então uma nova forma de prova será pensada, pensada para excluir. Excluir quem detém o conhecimento, o saber, o estudo.
É o caso do concurso público. Esse instrumento de exclusão da maioria que tenta o sonho de um emprego estável e rentável (de um certo ponto de vista). Até alguns anos atrás não existia uma "prova" para avaliar se você estudou ou sabia alguma coisa sobre o trabalho que irá fazer. Era como em uma loja comercial, você se inscrevia, entregava seu curriculum vitae e dependendo da observação e análise de seu mérito você era convocado. É claro que isso era regra geral, tendo em vista as particularidades, como a política para acesso ao emprego e a necessidade corrente, ou a demanda excessiva que uma instituição poderia estar passando. Mas antes de mais nada, naquele tempo quem tinha estudado, quem tinha conseguido entrar em uma faculdade e às vezes um curso de pós graduação, era bem visto aos olhos do empregador.
Hoje precisamos pagar pra conseguir um emprego. São as taxas de inscrições do concurso. Posteriormente precisamos comprar um livro ou pagar um cursinho pré-concurso para melhorar nossas chances (veja que mais uma vez gastamos sem estarmos empregados). E depois recebemos a notícia que a prova será em um local de difícil acesso, onde teremos de usar dois ou mais onibus para chegar. Tudo isso para supostamente entrarmos no caminho da felicidade. Onde encontraremos pessoas pregadas em seus cargos há mais de vinte anos, verdadeiros dinossauros que serão os nossos patrões muitas vezes. Enfrentarmos o mau humor diário de uma repartição pública. Vermos as mais escabrosas malandragens, pequenas sim, mas malandragens do sistema público do Brasil, exercida por seus tão valorosos empregados que foram aprovados com louvor em um concurso e imaginado como gente de muita ética. E aquele salário que antes parecia tão tentador hoje, 5 anos ou mais depois, já não paga as tão merecidas férias da família.
Será que estudamos, que buscamos conhecimento para sermos avaliados em uma prova? Excluem-nos porque somos muitos e não podemos ter chances de trabalho? Sim essa é a dinâmica do concurso público no Brasil, onde vale tudo para excluir a "massa". Onde está o mérito de você possuir um currículo enriquecido? Sim enriquecido de conhecimento, muitas vezes pertinentes a área em que você pretende trabalhar, em que você tem aptidão e um objetivo fixo. Nem sempre entra em um instituição aquele que é o mais intelectual ou o mais apto no conhecimento, e sim aquele que decorou todas as exigências do conteúdo programático ou que usou a mãe para acertar uma das múltiplas alternativas da pergunta. Vemos muito servidores que entram lá e nem sabem redigir um ofício, uma ata. Será que o governo pensa bem em quem está colocando como seu empregado, em quem deveria ajudar o sistema, em quem deveria progredir o país?
O concurso público está aí e todas as vezes que um edital é aberto milhares de pessoas tentam a tão sonhada vaga e sorte em uma insituição brasileira. Mas o inchaço da máquina pública é iminente e mesmo o concurso um dia será uma forma atrasada de avaliação das "pseudo" capacidades do indivíduo. Então uma nova forma de prova será pensada, pensada para excluir. Excluir quem detém o conhecimento, o saber, o estudo.
segunda-feira, 6 de julho de 2009
a cultura destruida
Arqueólogos descobriram há poucos meses artefatos que datam de séculos atrás no Iraque. Principalmente quando a região era parte da Babilônia e mesmo anteriormente. Tudo isso vai ser exposto em um museu no Iraque, mais provável em Bagdá. Mas como haverá um museu ou algum tipo de local aberto à descoberta da História sendo localizado em uma região tão frágil e tão vulnerável como é o Iraque dos dias atuais?
É sabido que sempre que duas culturas ou civilizações se chocam, se descobrem, há uma guerra, em todos os sentidos da palavra. Mas todos sabemos quais as perspectivas, enredos e desfechos de uma guerra. Quero falar dos perdedores. Mas não dos perdedores homens e sim do que o homem produz, sua cultura, seus objetos, sua História. Sim porque desde o primeiro homem que constituiu uma pequena aldeia na Terra produzimos cultura, produzimos um legado à posteridade. São esses legados que se tornam os documentos preciosos nas mãos de pesquisadores de nosso passado.
Tomemos o exemplo da conquista do México engendrada por Cortez e seus soldados espanhóis. Logo após a derrota de Cuauahtemoc, último rei asteca, começa a destruição sistemática de toda cultura mesoamericana. Aliás isso já vinha sido trabalhado por Cortez durante sua rota rumo à Tenochtitlán. Destruiram templos e palácios astecas que tanto chamaram atenção dos espanhóis quando estes chegaram, destruíram objetos de arte considerados pagãos por uma cultura religiosa intolerante, e destruíram todas as informações escritas que os astecas podiam ter. Somente os objetos mais ricos e enfeitados que poderiam servir ao interesse ganancioso dos espanhóis e de Carlos V restaram, e assim mesmo, muitos foram derretidos, como o ouro, ou transformados de acordo com a visão européia.
Um caso interessante são das construções da América. Os templos religiosos dos autóctones foram considerados de idolatria, heréticos, e por isso destruídos. Mas essa destruição teve duas vertentes: a destruição por demolição, aniquilando completamente qualquer vestígio de arquitetura mesoamericana ou então por desconfiguração da ideia original, ou seja, reconstrução em cima das bases do templo asteca de uma catedral ou palácio de algum Governador ou Vice-Rei de Espanha. São muitos os exemplos na Cidade do México, onde arqueólogos ainda hoje encontram vestígios de cultura e construções, e também em Cuzco, a capital do Império Inca.
Os livros e os escritos dos astecas e maias todos queimados em fogueiras pelo padres católicos intolerantes com a religião pagã exercida aqui. Tudo apagado em nome de uma fé que representa a superioridade do cristianismo perante qualquer outra religião. Mas será que é isso que Deus queria, apagar vestígios do que ele mesmo criou, ou seja, do produto de seu produto? As guerras posteriores, a conquista, também ajudam a massacrar o pouco que resta de História na América.
Parece que toda conquista objetiva uma destruição sistemática da produção cultural de uma civilização. Mesmo o Iraque também foi destruído quando da invasão ianque para derrubar Saddam Hussein, e quem o invadiu não se preocupou em destruir séculos e dois milênios de história, pois na guerra e em seus objetivos, vale tudo, nada pode deter. Nem mesmo o legado que o homem nos deixa. Então como preservar estas peças que ainda restam lá? Parece que ainda restam pessoas interessadas em pesquisar e mostrar ao mundo que o Iraque e sua região não é só homem bomba ou fanatismo religioso ou, ainda talvez, ditadura extremista. Há uma cultura a descobrir e precisa ser preservada. Não sabemos de onde viemos e para onde vamos, mas precisamos saber o que fizemos nesse curto espaço de tempo que povoamos esta Terra antes de talvez nos auto destruirmos. Destruirmos com as guerras que enterram nosso passado legado e que nos deixa a mercê de uma hecatombe final.
É sabido que sempre que duas culturas ou civilizações se chocam, se descobrem, há uma guerra, em todos os sentidos da palavra. Mas todos sabemos quais as perspectivas, enredos e desfechos de uma guerra. Quero falar dos perdedores. Mas não dos perdedores homens e sim do que o homem produz, sua cultura, seus objetos, sua História. Sim porque desde o primeiro homem que constituiu uma pequena aldeia na Terra produzimos cultura, produzimos um legado à posteridade. São esses legados que se tornam os documentos preciosos nas mãos de pesquisadores de nosso passado.
Tomemos o exemplo da conquista do México engendrada por Cortez e seus soldados espanhóis. Logo após a derrota de Cuauahtemoc, último rei asteca, começa a destruição sistemática de toda cultura mesoamericana. Aliás isso já vinha sido trabalhado por Cortez durante sua rota rumo à Tenochtitlán. Destruiram templos e palácios astecas que tanto chamaram atenção dos espanhóis quando estes chegaram, destruíram objetos de arte considerados pagãos por uma cultura religiosa intolerante, e destruíram todas as informações escritas que os astecas podiam ter. Somente os objetos mais ricos e enfeitados que poderiam servir ao interesse ganancioso dos espanhóis e de Carlos V restaram, e assim mesmo, muitos foram derretidos, como o ouro, ou transformados de acordo com a visão européia.
Um caso interessante são das construções da América. Os templos religiosos dos autóctones foram considerados de idolatria, heréticos, e por isso destruídos. Mas essa destruição teve duas vertentes: a destruição por demolição, aniquilando completamente qualquer vestígio de arquitetura mesoamericana ou então por desconfiguração da ideia original, ou seja, reconstrução em cima das bases do templo asteca de uma catedral ou palácio de algum Governador ou Vice-Rei de Espanha. São muitos os exemplos na Cidade do México, onde arqueólogos ainda hoje encontram vestígios de cultura e construções, e também em Cuzco, a capital do Império Inca.
Os livros e os escritos dos astecas e maias todos queimados em fogueiras pelo padres católicos intolerantes com a religião pagã exercida aqui. Tudo apagado em nome de uma fé que representa a superioridade do cristianismo perante qualquer outra religião. Mas será que é isso que Deus queria, apagar vestígios do que ele mesmo criou, ou seja, do produto de seu produto? As guerras posteriores, a conquista, também ajudam a massacrar o pouco que resta de História na América.
Parece que toda conquista objetiva uma destruição sistemática da produção cultural de uma civilização. Mesmo o Iraque também foi destruído quando da invasão ianque para derrubar Saddam Hussein, e quem o invadiu não se preocupou em destruir séculos e dois milênios de história, pois na guerra e em seus objetivos, vale tudo, nada pode deter. Nem mesmo o legado que o homem nos deixa. Então como preservar estas peças que ainda restam lá? Parece que ainda restam pessoas interessadas em pesquisar e mostrar ao mundo que o Iraque e sua região não é só homem bomba ou fanatismo religioso ou, ainda talvez, ditadura extremista. Há uma cultura a descobrir e precisa ser preservada. Não sabemos de onde viemos e para onde vamos, mas precisamos saber o que fizemos nesse curto espaço de tempo que povoamos esta Terra antes de talvez nos auto destruirmos. Destruirmos com as guerras que enterram nosso passado legado e que nos deixa a mercê de uma hecatombe final.
Divulgação de eventos de História e áreas afins
Como postei um texto sobre dificuldade de se conseguir aprimoramento e intelecto acadêmico, resolvi então, mensalmente ou quinzenalmente, divulgar eventos na área das Ciências Humanas e Sociais, onde está incluído o curso de História. Serão congressos, seminários, simpósios, palestras, encontros, etc, que possam contribuir de alguma forma para o conhecimento teórico e prático do estudante.
Obs: não tenho nenhum convênio com organizadores de eventos ou instituições, ou seja, a divulgação aqui no blog é pura e simplesmente voluntária.
Obs: não tenho nenhum convênio com organizadores de eventos ou instituições, ou seja, a divulgação aqui no blog é pura e simplesmente voluntária.
domingo, 5 de julho de 2009
O acesso à cultura, ao enriquecimento intelectual.
Durante uma vida acadêmica temos a oportunidade de construir saberes, de crescer no intelecto. Isso se baseia na aquisição de novos valores, valores científicos nunca antes provados, pois a vida estudantil básica não nos permite ir a fundo nas idéias e teorias que circulam nosso universo. Ainda mais no Brasil, onde educação fundamental e média não tem devido trato para formação de um quadro futuro de acadêmicos universitários. É na faculdade que temos a possibilidade de perto de usufruir daquilo que chamamos cultura, cultura de uma sociedade, a nossa sociedade, uma cultura intelectual de crescimento, de inovação de conhecimento, de aprendizados teóricos, metodológicos, filosóficos e práticos.
Está garantido na Constituição Federal, me corrijam se eu estiver errado, o direito e o acesso à cultura, como lá também nos fornece o entendimento de que a educação é comum à todos. Mas como ter acesso à cultura, à educação, ao conhecimento, se nos privam a todo momento disso? Observando algumas faculdades já vemos a sua distância da cidade, da sociedade, muitas vezes construídas ou em áreas perto das avenidas que ligam à rodovias de saída, ou em áreas nobres, de uma elite econômica, onde o preconceito prevalece sobre a acessibilidade. Muito poucas universidades e faculdades brasileiras são construidas ou estruturadas no centro de uma cidade (digo as boas instituições de ensino superior, não as puramente comerciais de qualidade duvidosa de ensino). Ou seja, o acesso ao ensino e às bibliotecas destas instituições são restritos, pois necessita-se de carros (denota-se poder aquisitivo) ou transporte coletivo público (mal estruturado e ofertado) para se praticar a Constituição.
Muito mais do que isso. Durante a faculdade quis eu muitas vezes participar de encontros, palestras, seminários, congressos na minha área. Como muitos outros estudantes, necessitamos complementar o estudo que nos é dado na sala de aula. É preciso se atualizar, entrar em contato com outras idéias, outros acadêmicos e discutir abertamente sobre um tema que seja de interesse. Isso é o propósito das atividades extras-curriculares, como chamam estes tipos de eventos. No entanto, aqui em Mato Grosso do Sul, por exemplo (como todo Estado não inserido no Sudeste ou Sul do país), não temos muitas oportunidades de participação em eventos de porte acadêmico, seja porque aqui ainda não está muito consolidado, quem sabe, o intelecto científico nas instituições, ou não se tem mesmo o mínimo interesse de organizá-los.
Somos então obrigados a buscar aperfeiçoamento e contato com semelhantes de nossa área em outras áreas, digo, regiões do Brasil, outras cidades. Aí entra o x da questão: como me deslocar a outros pólos e centros produtores de conhecimento? O acadêmico ainda não tem estrutura suficiente para bancar seus estudos, para isso está estudando, para se afirmar no mundo, contribuir para o desenvolvimento. Ele depende dos familiares. Mas muitos desses familiares são os reprovados para o futuro, que o nosso sistema de educação básica e média não deu acesso ou não deu o devido ensino que merecia. Foram barrados no sistema de exclusão de maioria econômicamente desativa, sistema imposto há séculos e que é super fiscalizado e vigiado pelo PODER para não haver falhas. E como auxiliar um membro da família que está tentando burlar esse sistema? Não há milagre de desmantelar essa engrenagem maligna de exclusão. Há apenas brechas.
E são por essa brechas que milhares de acadêmicos periodicamente passam para tentar melhorar de vida. Ou pegam carona na estrada para viajar à outra cidade, ou se humilham franciscanamente para obter uma bolsa de estudos, ou conseguem de algum membro da familia mais abastado ou um amigo. Mas não satisfeito o sistema ainda força para que os organizadores do evento transformem este em uma roleta de cassino, onde só ganha quem oferece mais. Muitos eventos optam por dois, três ou até quatro períodos de inscrições, para que possam se enriquecer sabe-se lá quantas vezes variados valores conforme a data e posteriormente talvez por má fé declarar a não realização do congresso e não devolução do valor de inscrição. Poucos organizadores são sérios e justos no preço cobrado para se adquirir cultura e educação, volto a dizer, garantidas na Constituição. E poucos organizadores são honestos de cobrar um bom valor pelo evento e trazer realmente algo e alguém que contribua para formação profissional e um certificado de grande peso.
Então como conseguir um bom estudo? Uma solução apontada seria a educação a distância de nível superior, mas além de se saber que muitas instituições apenas prezam pelo seu dinheiro na mensalidade e não tem o mínimo de ensino, respeito pelas dúvidas do aluno e conhecimento técnico (ver EAD UFMS), ainda não são aceitas no mercado de trabalho e no campo intelectual, devido a isenção parcial de participação presencial no curso.
Todos os dias milhares de acadêmicos tentam passar pelo sistema imposto pelo PODER e muitos conseguem à duras penas e sacrifícios, e é por isso que vemos hoje pessoas que se destacam como vencedoras na vida. Mas quando lá no PODER, sentada em uma poltrona de couro reclinável que nunca teve ou sonhou na vida defronte à uma janela com vista para o mar ou para uma avenida empresarial, esquece-se da labuta que foi conseguir chegar aonde está e joga pela lata de lixo inox da sala de reuniões tudo o que aprendeu na faculdade sobre ética, moral, sociedade e amizade. Então o sistema ganha, porque cooptou mais um para o quadro permanente de seu complicado mecanismo de engrenagens e funcionamento. E os outros que o apoiaram na sua trajetória para o sucesso sonhando com um defensor dos direitos constituicionais, voltam calados do combate, desanimados, apenas tentarão mais uma vez vencer o sistema. A vitória sofrida veio, mas faltou concretizar a esperança, pois esta anoiteceu.
Está garantido na Constituição Federal, me corrijam se eu estiver errado, o direito e o acesso à cultura, como lá também nos fornece o entendimento de que a educação é comum à todos. Mas como ter acesso à cultura, à educação, ao conhecimento, se nos privam a todo momento disso? Observando algumas faculdades já vemos a sua distância da cidade, da sociedade, muitas vezes construídas ou em áreas perto das avenidas que ligam à rodovias de saída, ou em áreas nobres, de uma elite econômica, onde o preconceito prevalece sobre a acessibilidade. Muito poucas universidades e faculdades brasileiras são construidas ou estruturadas no centro de uma cidade (digo as boas instituições de ensino superior, não as puramente comerciais de qualidade duvidosa de ensino). Ou seja, o acesso ao ensino e às bibliotecas destas instituições são restritos, pois necessita-se de carros (denota-se poder aquisitivo) ou transporte coletivo público (mal estruturado e ofertado) para se praticar a Constituição.
Muito mais do que isso. Durante a faculdade quis eu muitas vezes participar de encontros, palestras, seminários, congressos na minha área. Como muitos outros estudantes, necessitamos complementar o estudo que nos é dado na sala de aula. É preciso se atualizar, entrar em contato com outras idéias, outros acadêmicos e discutir abertamente sobre um tema que seja de interesse. Isso é o propósito das atividades extras-curriculares, como chamam estes tipos de eventos. No entanto, aqui em Mato Grosso do Sul, por exemplo (como todo Estado não inserido no Sudeste ou Sul do país), não temos muitas oportunidades de participação em eventos de porte acadêmico, seja porque aqui ainda não está muito consolidado, quem sabe, o intelecto científico nas instituições, ou não se tem mesmo o mínimo interesse de organizá-los.
Somos então obrigados a buscar aperfeiçoamento e contato com semelhantes de nossa área em outras áreas, digo, regiões do Brasil, outras cidades. Aí entra o x da questão: como me deslocar a outros pólos e centros produtores de conhecimento? O acadêmico ainda não tem estrutura suficiente para bancar seus estudos, para isso está estudando, para se afirmar no mundo, contribuir para o desenvolvimento. Ele depende dos familiares. Mas muitos desses familiares são os reprovados para o futuro, que o nosso sistema de educação básica e média não deu acesso ou não deu o devido ensino que merecia. Foram barrados no sistema de exclusão de maioria econômicamente desativa, sistema imposto há séculos e que é super fiscalizado e vigiado pelo PODER para não haver falhas. E como auxiliar um membro da família que está tentando burlar esse sistema? Não há milagre de desmantelar essa engrenagem maligna de exclusão. Há apenas brechas.
E são por essa brechas que milhares de acadêmicos periodicamente passam para tentar melhorar de vida. Ou pegam carona na estrada para viajar à outra cidade, ou se humilham franciscanamente para obter uma bolsa de estudos, ou conseguem de algum membro da familia mais abastado ou um amigo. Mas não satisfeito o sistema ainda força para que os organizadores do evento transformem este em uma roleta de cassino, onde só ganha quem oferece mais. Muitos eventos optam por dois, três ou até quatro períodos de inscrições, para que possam se enriquecer sabe-se lá quantas vezes variados valores conforme a data e posteriormente talvez por má fé declarar a não realização do congresso e não devolução do valor de inscrição. Poucos organizadores são sérios e justos no preço cobrado para se adquirir cultura e educação, volto a dizer, garantidas na Constituição. E poucos organizadores são honestos de cobrar um bom valor pelo evento e trazer realmente algo e alguém que contribua para formação profissional e um certificado de grande peso.
Então como conseguir um bom estudo? Uma solução apontada seria a educação a distância de nível superior, mas além de se saber que muitas instituições apenas prezam pelo seu dinheiro na mensalidade e não tem o mínimo de ensino, respeito pelas dúvidas do aluno e conhecimento técnico (ver EAD UFMS), ainda não são aceitas no mercado de trabalho e no campo intelectual, devido a isenção parcial de participação presencial no curso.
Todos os dias milhares de acadêmicos tentam passar pelo sistema imposto pelo PODER e muitos conseguem à duras penas e sacrifícios, e é por isso que vemos hoje pessoas que se destacam como vencedoras na vida. Mas quando lá no PODER, sentada em uma poltrona de couro reclinável que nunca teve ou sonhou na vida defronte à uma janela com vista para o mar ou para uma avenida empresarial, esquece-se da labuta que foi conseguir chegar aonde está e joga pela lata de lixo inox da sala de reuniões tudo o que aprendeu na faculdade sobre ética, moral, sociedade e amizade. Então o sistema ganha, porque cooptou mais um para o quadro permanente de seu complicado mecanismo de engrenagens e funcionamento. E os outros que o apoiaram na sua trajetória para o sucesso sonhando com um defensor dos direitos constituicionais, voltam calados do combate, desanimados, apenas tentarão mais uma vez vencer o sistema. A vitória sofrida veio, mas faltou concretizar a esperança, pois esta anoiteceu.
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