Foi autorizado a retirada de placas de advertência de radares nas estradas e nas cidades a partir desse ano. Interessante notar que isso ocorre próximo ao ano eleitoral, onde a chamada industria da multa consegue viabilizar algum financiamento principalmente para campanhas regionais.
Por que retirar as placas de aviso nas estradas? Para colocar radares camuflados atrás de placas enormes de limites de velocidade? Aliás, QUANDO existem essas placas, pois sabemos que no Brasil existir estrada já é uma comemoração, imagina existir uma estrada em ótimas condições e placas em locais visíveis junto a acostamentos decentes.
Seria importante também que revissem a engenharia de rodagem dessas rodovias. Afinal estradas construídas quando o Fusca era o único automóvel que rodava no mato devem no mínimo estarem obsoletas. Como todo tipo de meio transporte no Brasil, construídos há 30 anos atrás (mínimo). Não existem condições de se rodar em algo há 80 ou 100 km/h onde só se observa mato, árvores esparsas e um caminho sem fim. Ou então entre cidades grandes, vazios, cidades grandes, vazios. Existem pessoas trabalhando nas estradas (grande parte pela incompetência histórica do governo em não investir em transportes eficientes, rápidos e limpos) que necessitam chegar com horário. Caminhoneiros tem compromissos com suas empresas e mesmo ainda andando mais rápido necessitam tomar rebite para conseguir cruzar o país.
Mesmo privatizadas, estradas não são redesenhadas para suportar o trânsito pesado que circula todos os dias no país. Falta sinalização adequada. Faltam policiais rodoviários para fiscalizar todos os milhares de quilômetros e dar suporte aos motoristas que tenham problemas.
O que essa lei vai causar é mais sonolência por parte de motoristas que pegam estradas longas com suas famílias para praia. Morte de caminhoneiros e mortes provocadas por estes quando abusam das horas de rodovia ao longo do dia. E mesma imprudência de quem abusa da velocidade em seus carros importados e caros, pois mesmo uma multa alta não alcançará os milhões na conta destes indivíduos. O governo primeiro deve oferecer a escola pronta e equipada para depois cobrar notas e atividades de seus alunos.
a História de cada dia
A História de cada dia é construida de ações humanas do meio em que se vive. Consequentemente é natural comentar e discutir acerca daquilo que produzimos, ou seja, História. Porque antes de tudo a História é ação, e da ação à observação, e da observação ao pensamento, e do pensamento à discussão. Somos homens que raciocinamos e temos por obrigação entender nosso tempo e nosso espaço. O objeto da História somos nós, seres humanos. Nada mais.
quarta-feira, 4 de janeiro de 2012
sábado, 31 de dezembro de 2011
o que foi bom em 2011 possa ser melhor em 2012
Foi bom por um lado o terremoto/tsunami no Japão. Levanta o ânimo econômico do país e une a população em torno de uma causa comum.
A Primavera Árabe revelou que quando a população quer não há sistema ou opressor que possa destruir um sonho (que diga Kaddafi).
A nossa presidente revelou que faz parte do povo e que reconhece nossa História dura e sofrida se solidarizando com nossas empregadas domésticas e diaristas e fazendo uma faxina em Brasília que faria inveja ao Jânio e a diarista Marinete.
E vimos que existem políticos (ou pseudo políticos) que trabalham por um Brasil melhor (nem que seja só pra Copa do Mundo). Romário enfrentou o poderoso Ricardo Teixeira e cobrou tintin por tintin dos gastos e projetos de 2014. Conseguiu ingressos por portadores de necessidades especiais. Alguns acham que ele se vendeu. Se foi o caso, no meu caso, acho que se vendeu por um bom valor...
Não temos mais Osama, nem Kaddafi, nem King Jong il, talvez nem Silvio Berlusconni, mas ainda temos Chavez, Evo, Benjamin Netanyahu, Mahmoud Ahmadinejad e alguns ditadores africanos e árabes. E temos ainda o que restou da Al qaeda e do ETA.
Fidel deixou o poder mas não Cuba. Seu irmão é seu porta-voz. Mas talvez Cuba deixe Fidel um pouco. Aliás o mundo já está fazendo isso há algum tempo. Que seja uma inspiração em 2012 para "los venezolanos".
O Rio está livre do tráfico e as pessoas podem visitar e passear na cidade maravilhosa tranquilamente. É, não foi dessa vez mas talvez em 2016 algo melhor já tenha ocorrido. Ou 2020 (é difícil estipular uma data para saber quando poderemos andar com dinheiro nos bolso, sem blindados e alarmes pela zona sul carioca).
Criou-se um novo partido: o PSD ou PDS ou sei lá. Apenas mais um partido que irá apoiar o governo federal em troca de cargos e plano de carreira para políticos que perdem eleições regionais.
Além disso tivemos corrupção no Brasil, enchente na Tailândia, crise na Europa, conspiração cancerígena em alguns presidentes anarcoesquerditas latino americanos (segundo "los venezolanos"), ditadores caindo (morrendo), ministros caindo (nenhum morrendo), mortes na África por desnutrição, cangurus e crocodilos caçados na Austrália e derretimento da calota polar. Ah e um casamento midiático pra encher o bolso de alguma realeza européia.
É. Essa é a História de cada dia desse ano que passou. Mais uma vez.
Chega logo 2012!
Feliz Ano Novo.
A Primavera Árabe revelou que quando a população quer não há sistema ou opressor que possa destruir um sonho (que diga Kaddafi).
A nossa presidente revelou que faz parte do povo e que reconhece nossa História dura e sofrida se solidarizando com nossas empregadas domésticas e diaristas e fazendo uma faxina em Brasília que faria inveja ao Jânio e a diarista Marinete.
E vimos que existem políticos (ou pseudo políticos) que trabalham por um Brasil melhor (nem que seja só pra Copa do Mundo). Romário enfrentou o poderoso Ricardo Teixeira e cobrou tintin por tintin dos gastos e projetos de 2014. Conseguiu ingressos por portadores de necessidades especiais. Alguns acham que ele se vendeu. Se foi o caso, no meu caso, acho que se vendeu por um bom valor...
Não temos mais Osama, nem Kaddafi, nem King Jong il, talvez nem Silvio Berlusconni, mas ainda temos Chavez, Evo, Benjamin Netanyahu, Mahmoud Ahmadinejad e alguns ditadores africanos e árabes. E temos ainda o que restou da Al qaeda e do ETA.
Fidel deixou o poder mas não Cuba. Seu irmão é seu porta-voz. Mas talvez Cuba deixe Fidel um pouco. Aliás o mundo já está fazendo isso há algum tempo. Que seja uma inspiração em 2012 para "los venezolanos".
O Rio está livre do tráfico e as pessoas podem visitar e passear na cidade maravilhosa tranquilamente. É, não foi dessa vez mas talvez em 2016 algo melhor já tenha ocorrido. Ou 2020 (é difícil estipular uma data para saber quando poderemos andar com dinheiro nos bolso, sem blindados e alarmes pela zona sul carioca).
Criou-se um novo partido: o PSD ou PDS ou sei lá. Apenas mais um partido que irá apoiar o governo federal em troca de cargos e plano de carreira para políticos que perdem eleições regionais.
Além disso tivemos corrupção no Brasil, enchente na Tailândia, crise na Europa, conspiração cancerígena em alguns presidentes anarcoesquerditas latino americanos (segundo "los venezolanos"), ditadores caindo (morrendo), ministros caindo (nenhum morrendo), mortes na África por desnutrição, cangurus e crocodilos caçados na Austrália e derretimento da calota polar. Ah e um casamento midiático pra encher o bolso de alguma realeza européia.
É. Essa é a História de cada dia desse ano que passou. Mais uma vez.
Chega logo 2012!
Feliz Ano Novo.
2012 para a Primavera Arabe
Até onde ou em quais países se estenderá essa revolta popular que se chama de "Primavera árabe"? De fato o Egito tirou um ditador, mas a junta militar não agrada mais ao povo. Na Siria, as violentas repressões ainda mantém a família Assad no poder. Mas esse povo que está lutando tem realmente condições intelectuais e racionais de saber eleger um novo governante. Será que já não chegou no ponto de anarquia generalizada, onde basta ser governo para ser contra?
Veremos também até onde a conivência americana com esses conflitos poderá chegar, já que por muito menos houve invasão de países bem menos problemáticos. Talvez quando chegar a vez do Irã ou Israel o Tio Sam faça algo ou fale algo. Claro que em posições, nesse caso, bem opostas.
Veremos também até onde a conivência americana com esses conflitos poderá chegar, já que por muito menos houve invasão de países bem menos problemáticos. Talvez quando chegar a vez do Irã ou Israel o Tio Sam faça algo ou fale algo. Claro que em posições, nesse caso, bem opostas.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Brasil 2014-2016
A realidade que temos é essa: o nosso sonho de ver as infra-estruturas do país alavancadas pelos dois maiores eventos mundiais parece que vai ficar na lembrança mesmo. Estamos muito atrasados no preparo e avanço das obras para sediar a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Isso graças à politicagem presente no nosso amado Brasil. Começamos mal, já pedindo à FIFA que aumentasse o número de cidades sede de 8 para 12, somente para agradar alguns cartolas locais. No entanto esses mesmo cartolas locais não estão fazendo nada pra acelerar as obras de construção de estádios, hotés, vias públicas e aeroportos de suas regiões. O que vemos é um governo federal condizente somente com a distribuição de cargos para gerir orgãos e instituições desses respectivos eventos, mas nenhum desses gestores compromissados com a administração correta e legal das obras.
O Brasil pode sim é é tão provável que irá dar vexame nesses eventos quanto foi nos Jogos Panamericanos. Aerorportos que estão recebendo "puxadinhos" não irão suportar a demanda de turistas estrangeiros que irão chegar em 2014 e 2016. As vias públicas de certas cidades estão destruídas, sem recapeamento e abarrotadas de carros, visto que o trânsito nas maiores cidades do país está o caos. Isso sem contar o sistema de transporte, que poderia ajudar a solucionar esses problemas, está sendo um dos motivos. O metrô em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo estão muito atrasados. O ônibus nessas cidades são o sinônimo de carros velhos, motoristas despreparados, superlotados e atrasados. Táxis são uma vergonha em preço e abuso por parte dos seus motoristas.
Os estádios são uma calamidade em determinadas cidades. Alguns nem saíram do papel, outros faltam investidores, sem falar que serão um elefante branco no final desses eventos, por falta de organização. Os hotéis é um capítulo a parte, já que faltam engenheiros pra tocar as obras, faltam profissionais qualificados no setor de turismo, faltam investidores. Está ficando alto o índice de preço de imóveis e a velha inflação, o que afasta possiveis interessados nessas construções. Mas não faltam interesses nos cargos para gerenciar a Copa e as Olimpíadas. Menor é a participação do Ministro do Esporte, Orlando Silva, que não está administrando o setor como imprescindível.
O Brasil passará um vexame histórico caso não começe a partir de agora uma correria frenética e desesperada atrás do prejuízo. A Alemanha sofreu com a fata de turismo na Copa de 2006. E olha que o investimento e infra-estrutura naquele país foi assombroso. O Brasil estará contraindo uma dívida pública e moral, sem contar a financeira, sem nem saber se terá o retorno desejado. Mas resta pelo menos torcer que acordem e vejam que mesmo com muita boa administração e investimento não temos garantia de retorno desejável. Imagina se não fizermos o dever de casa.
Isso graças à politicagem presente no nosso amado Brasil. Começamos mal, já pedindo à FIFA que aumentasse o número de cidades sede de 8 para 12, somente para agradar alguns cartolas locais. No entanto esses mesmo cartolas locais não estão fazendo nada pra acelerar as obras de construção de estádios, hotés, vias públicas e aeroportos de suas regiões. O que vemos é um governo federal condizente somente com a distribuição de cargos para gerir orgãos e instituições desses respectivos eventos, mas nenhum desses gestores compromissados com a administração correta e legal das obras.
O Brasil pode sim é é tão provável que irá dar vexame nesses eventos quanto foi nos Jogos Panamericanos. Aerorportos que estão recebendo "puxadinhos" não irão suportar a demanda de turistas estrangeiros que irão chegar em 2014 e 2016. As vias públicas de certas cidades estão destruídas, sem recapeamento e abarrotadas de carros, visto que o trânsito nas maiores cidades do país está o caos. Isso sem contar o sistema de transporte, que poderia ajudar a solucionar esses problemas, está sendo um dos motivos. O metrô em cidades como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo estão muito atrasados. O ônibus nessas cidades são o sinônimo de carros velhos, motoristas despreparados, superlotados e atrasados. Táxis são uma vergonha em preço e abuso por parte dos seus motoristas.
Os estádios são uma calamidade em determinadas cidades. Alguns nem saíram do papel, outros faltam investidores, sem falar que serão um elefante branco no final desses eventos, por falta de organização. Os hotéis é um capítulo a parte, já que faltam engenheiros pra tocar as obras, faltam profissionais qualificados no setor de turismo, faltam investidores. Está ficando alto o índice de preço de imóveis e a velha inflação, o que afasta possiveis interessados nessas construções. Mas não faltam interesses nos cargos para gerenciar a Copa e as Olimpíadas. Menor é a participação do Ministro do Esporte, Orlando Silva, que não está administrando o setor como imprescindível.
O Brasil passará um vexame histórico caso não começe a partir de agora uma correria frenética e desesperada atrás do prejuízo. A Alemanha sofreu com a fata de turismo na Copa de 2006. E olha que o investimento e infra-estrutura naquele país foi assombroso. O Brasil estará contraindo uma dívida pública e moral, sem contar a financeira, sem nem saber se terá o retorno desejado. Mas resta pelo menos torcer que acordem e vejam que mesmo com muita boa administração e investimento não temos garantia de retorno desejável. Imagina se não fizermos o dever de casa.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
onde caminha a humanidade
O mundo assistiu apreensivo este dias de rebelião, revolta e turbulência no mundo árabe. Pessoas nas ruas gritando, protestando contra governos autoritários e ditatoriais. Mas por quê?
Ninguem sai à rua, disposto a levar um tiro no corpo sem um motivo extremamente forte. O que levou a multidão às ruas foi a extrema pobreza que passam esses países. Miseráveis totalmente a mercê de esmolas de um governo corrupto e sem menor identificação popular. Isso ocorreu em muitos momentos da História, mas observemos no caso da Revolução Francesa. Enquanto uma corte poderosa e ostensiva de luxo bailava ao som de tocatas suntuosas e banquetes nababescos, a grande parcela da população estava sem ter o que comer, o que vestir, o que usar como teto. Incentivados por uma oposição ainda fraca, mas atuante, decidiram fazer um levante contra Luis XVI. Assim é no mundo árabe. A crise enfim chegou a essa região, e bem forte, fazendo com que o desemprego piorasse e o poder de compra baixasse ainda mais. Houveram estopins de outros fatores sim, mas o cerne da questão é econômico. Falta alimento no mundo. Falta gestão e administração dos países ricos e pobres para gerenciar comida de forma igualitária para todos os povos. Isso se encontra na palavra sustentabilidade.
Mas para onde se encaminham essas revoluções? Para os novos governos que surgirem, ainda corruptos e passíveis de erros, que por enquanto darão pão e circo para anestesiar a sede de rebelião popular. Até a próxima crise, mais violenta e mais devastadora se abater mundialmente. E talvez mais rápido chegar a esses países.
Ninguem sai à rua, disposto a levar um tiro no corpo sem um motivo extremamente forte. O que levou a multidão às ruas foi a extrema pobreza que passam esses países. Miseráveis totalmente a mercê de esmolas de um governo corrupto e sem menor identificação popular. Isso ocorreu em muitos momentos da História, mas observemos no caso da Revolução Francesa. Enquanto uma corte poderosa e ostensiva de luxo bailava ao som de tocatas suntuosas e banquetes nababescos, a grande parcela da população estava sem ter o que comer, o que vestir, o que usar como teto. Incentivados por uma oposição ainda fraca, mas atuante, decidiram fazer um levante contra Luis XVI. Assim é no mundo árabe. A crise enfim chegou a essa região, e bem forte, fazendo com que o desemprego piorasse e o poder de compra baixasse ainda mais. Houveram estopins de outros fatores sim, mas o cerne da questão é econômico. Falta alimento no mundo. Falta gestão e administração dos países ricos e pobres para gerenciar comida de forma igualitária para todos os povos. Isso se encontra na palavra sustentabilidade.
Mas para onde se encaminham essas revoluções? Para os novos governos que surgirem, ainda corruptos e passíveis de erros, que por enquanto darão pão e circo para anestesiar a sede de rebelião popular. Até a próxima crise, mais violenta e mais devastadora se abater mundialmente. E talvez mais rápido chegar a esses países.
Obama no mar da ineficiência
Obama não conseguiu. Aquela mosca que falei no meu primeiro post aqui do blog passou. E ele não matou outras. Infelizmente Barack Obama segue dois anos de governo sem ter concluido o que havia proposto. Sim nós podemos. Mas nós podemos o quê?
Fica claro que Obama não tinha um plano de governo, ele apenas conseguiu um mandato de senador por pura sorte e o de presidente mais ainda. Um afro-descendente na presidência não serve apenas de orgulho para o menino negro na escola repensar seu futuro nos EUA. A comunidade negra americana continua excluída da vida social naquele país. Não há um projeto de rehabilitação da imagem do negro na sociedade ianque, apenas uma consciência mais tranquila dos brancos dominantes de que elegeram um presidente afro-americano. Ora Obama não reergueu o país da depressão, pois o mercado econômico tomou conta disso, o mercado teve papel na reconstrução econômica dos EUA. Obama apenas estatizou algumas empresas e com isso adquiriu dívidas que nem sabe se vai conseguir liquidar. Obama que usava de um marketing de esquerdista profundo, reformador social e político, apenas estagnou como centrista conservador. Está com dificuldades extremas pra lidar com o desenlace das tensões na Africa e no Oriente Médio. Apóia o fim de alguns governos que não considera mais estratégicos, apoia derrubada de poder em alguns países tidos como calcanhar de aquiles do Império Norte Americano, como o Irã.
Não se sustenta mais com o discurso do Yes We Can e agora fará o que pra se reeleger? Tem que torcer muito pra economia progredir a passos largos, o Oriente Médio se acalmar e não haver nenhum desastre global nesses dois anos que lhe restam. Para Obama a melhor frase é Sorte, Nós Temos!
Fica claro que Obama não tinha um plano de governo, ele apenas conseguiu um mandato de senador por pura sorte e o de presidente mais ainda. Um afro-descendente na presidência não serve apenas de orgulho para o menino negro na escola repensar seu futuro nos EUA. A comunidade negra americana continua excluída da vida social naquele país. Não há um projeto de rehabilitação da imagem do negro na sociedade ianque, apenas uma consciência mais tranquila dos brancos dominantes de que elegeram um presidente afro-americano. Ora Obama não reergueu o país da depressão, pois o mercado econômico tomou conta disso, o mercado teve papel na reconstrução econômica dos EUA. Obama apenas estatizou algumas empresas e com isso adquiriu dívidas que nem sabe se vai conseguir liquidar. Obama que usava de um marketing de esquerdista profundo, reformador social e político, apenas estagnou como centrista conservador. Está com dificuldades extremas pra lidar com o desenlace das tensões na Africa e no Oriente Médio. Apóia o fim de alguns governos que não considera mais estratégicos, apoia derrubada de poder em alguns países tidos como calcanhar de aquiles do Império Norte Americano, como o Irã.
Não se sustenta mais com o discurso do Yes We Can e agora fará o que pra se reeleger? Tem que torcer muito pra economia progredir a passos largos, o Oriente Médio se acalmar e não haver nenhum desastre global nesses dois anos que lhe restam. Para Obama a melhor frase é Sorte, Nós Temos!
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Modus operandi: Rio de Janeiro
Quando Dom João aportou no Rio de Janeiro no início do século XIX viu uma cidade infestada de negros seminus, muita sujeira, pessoas sem a menor educação, pequenos roubos, delinquências médias sem nenhuma punição. O português não tinha nenhum savoir faire de noblesse, mas preferiu se abster dessa cultura brasileira já arraigada e deixar seu filho se imiscuir pelas vielas da capital. Dom Pedro I esteve entre negros, mulheres da vida, boêmia, arruaceiros e até bandidos: como príncipe não procurou descobrir a razão daquela vida que levavam e tentar uma melhoria significativa nessa sociedade já corrompida. Pelo contrário, apenas se limitou a imitar e fazer parte de algumas mazelas que o Rio já enfrentava naquela época.
No início do século XX, o prefeito Pereira Passos quis se atualizar à Belle Époque européia e destruir tudo que fosse o contrário da beleza, luxo e perfumaria no Rio de Janeiro. Sinal disso é a Avenida Rio Branco, centro da cidade, onde havia cortiços, esgoto à céu aberto, casas do tempo colonial que não ornavam com a nova República, favelas e morros com população desordenada. Ou seja, as mazelas do povo do tempo colonial foram apenas varridas pra debaixo do tapete. Getulio Vargas apenas refez o que Pereira Passos iniciou: destruiu mais metade do patrimônio histórico do Rio pra construir uma larga avenida que leva seu nome e que por anos permaneceu sem nenhuma construção interessante.
Anos 50, zona sul crescendo, se modificando, cidade maravilhosa um símbolo da beleza natural. E assim foi até que nos anos 70 os morros, cantados em sambas e versos cheios de orgulho começou a mostrar os séculos de descaso com a população carente: surge o tráfico de drogas pesado que se torna poderoso e agressivo nos anos 80 e 90. Bandidos que mostram fuzis sem medo, matam jornalistas, intimidam a população da cidade, sequestram os bacanas da zona sul. Ora isso é o retrato do Rio de Janeiro desde o século XVII apenas modernizado, era o caos prenunciado mas velado, sob a forma do Rio way of life: malandro é malandro e mané é mané diria Bezerra da Silva ou ainda lá no morro quando olho pra baixo acho a cidade uma beleza, Fundo de Quintal.
2010. Crônica da morte anunciada. Polícia no Rio deflagra uma guerra contra o tráfico. O que fazer contra uma cultura carioca impregnada há séculos? Colocar policiais pra invadir o morro dominado pelo tráfico, sendo que este há muito está perdendo espaço pras milícias? Milicias formada por estes mesmos policiais que um dia irão se aposentar. Por que será que Tropa de Elite 2 foi focado justamente no enfrentamento de corrupção dentro do próprio Estado? Corrupção esta que faz parte desde que a Família Real chegou em 1808 e que já estava instalada, apenas ganhou contornos de beleza institucional. Então de que adianta invadir um morro, dois morros, dez morros se o problema não está lá? Está na população que apóia o tráfico e que agora vendo seus antigos patrocinadores e mecenas perdendo poder, se bandearam pro lado da polícia, que pode vir a ser a futura milícia do subúrbio. Está na falta de controle maior das fronteiras, um controle organizado, efetivo e ostensivo, com os mesmos aparatos usados agora nessa guerra urbana. Está também na cultura da população do "quanto eu vou ganhar com isso", da valorização da favela, da pichação como arte, do falar errado é pobrema meu, do futuro brilhante da Maria modelo e do João jogador, do quanto mais pobre melhor pra ganhar auxílio do governo.
Como querer resolver uma situação com enfrentamento de uma cultura permanente que encontra apoio nas camadas médias e altas, favorecendo a entrada de armas e drogas no país? Tolerância zero, mas não somente para os traficantes, mas também para milícias disfarçadas de policiais subversivos, população conivente, governo sem escrúpulos de uso de populismo para ganhar eleições, fronteiras devassadas e defasadas de monitoramento e principalmente tolerância zero para um orgulho de pertencer a uma cidade que ostenta o título de cidade maravilhosa, mas que aceita colocar por debaixo dos panos toda a podridão que cerca o seu dia a dia urbano. O problema do Rio de Janeiro não é do Brasil inteiro, é um problema só do Rio de Janeiro.
No início do século XX, o prefeito Pereira Passos quis se atualizar à Belle Époque européia e destruir tudo que fosse o contrário da beleza, luxo e perfumaria no Rio de Janeiro. Sinal disso é a Avenida Rio Branco, centro da cidade, onde havia cortiços, esgoto à céu aberto, casas do tempo colonial que não ornavam com a nova República, favelas e morros com população desordenada. Ou seja, as mazelas do povo do tempo colonial foram apenas varridas pra debaixo do tapete. Getulio Vargas apenas refez o que Pereira Passos iniciou: destruiu mais metade do patrimônio histórico do Rio pra construir uma larga avenida que leva seu nome e que por anos permaneceu sem nenhuma construção interessante.
Anos 50, zona sul crescendo, se modificando, cidade maravilhosa um símbolo da beleza natural. E assim foi até que nos anos 70 os morros, cantados em sambas e versos cheios de orgulho começou a mostrar os séculos de descaso com a população carente: surge o tráfico de drogas pesado que se torna poderoso e agressivo nos anos 80 e 90. Bandidos que mostram fuzis sem medo, matam jornalistas, intimidam a população da cidade, sequestram os bacanas da zona sul. Ora isso é o retrato do Rio de Janeiro desde o século XVII apenas modernizado, era o caos prenunciado mas velado, sob a forma do Rio way of life: malandro é malandro e mané é mané diria Bezerra da Silva ou ainda lá no morro quando olho pra baixo acho a cidade uma beleza, Fundo de Quintal.
2010. Crônica da morte anunciada. Polícia no Rio deflagra uma guerra contra o tráfico. O que fazer contra uma cultura carioca impregnada há séculos? Colocar policiais pra invadir o morro dominado pelo tráfico, sendo que este há muito está perdendo espaço pras milícias? Milicias formada por estes mesmos policiais que um dia irão se aposentar. Por que será que Tropa de Elite 2 foi focado justamente no enfrentamento de corrupção dentro do próprio Estado? Corrupção esta que faz parte desde que a Família Real chegou em 1808 e que já estava instalada, apenas ganhou contornos de beleza institucional. Então de que adianta invadir um morro, dois morros, dez morros se o problema não está lá? Está na população que apóia o tráfico e que agora vendo seus antigos patrocinadores e mecenas perdendo poder, se bandearam pro lado da polícia, que pode vir a ser a futura milícia do subúrbio. Está na falta de controle maior das fronteiras, um controle organizado, efetivo e ostensivo, com os mesmos aparatos usados agora nessa guerra urbana. Está também na cultura da população do "quanto eu vou ganhar com isso", da valorização da favela, da pichação como arte, do falar errado é pobrema meu, do futuro brilhante da Maria modelo e do João jogador, do quanto mais pobre melhor pra ganhar auxílio do governo.
Como querer resolver uma situação com enfrentamento de uma cultura permanente que encontra apoio nas camadas médias e altas, favorecendo a entrada de armas e drogas no país? Tolerância zero, mas não somente para os traficantes, mas também para milícias disfarçadas de policiais subversivos, população conivente, governo sem escrúpulos de uso de populismo para ganhar eleições, fronteiras devassadas e defasadas de monitoramento e principalmente tolerância zero para um orgulho de pertencer a uma cidade que ostenta o título de cidade maravilhosa, mas que aceita colocar por debaixo dos panos toda a podridão que cerca o seu dia a dia urbano. O problema do Rio de Janeiro não é do Brasil inteiro, é um problema só do Rio de Janeiro.
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